quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Seleccionando argumentos

Escrevo apenas pela segunda vez sobre o seleccionador nacional de futebol, fi-lo quando foi escolhido e levantei as dúvidas que tinha, desde então tenho estado calado, apesar de tudo o que temia se ter confirmado. Não falei mais, porque penso que não há nada a fazer, e não é por criticar muito que algo muda, pois com os valores das indmenizações é quase impossível despedir um treinador com este estatuto.
Apesar de tudo o que já disse, e do que ainda direi, continuo confiante que a seleccção vai dar a volta, não pela categoria da equipa técnica, mas pela qualidade dos nossos jogadores. Tenho confiança, embora cada vez menos, que estaremos no próximo mundial.
Mas escrevo porque por vezes é difícil não falar. Desde ontem que vejo um aproveitamento desmedido de uma vitória por 1-0 frente à Finlândia num amigável. Não vejo o que mudou desde os 6-2 no Brasil, ou melhor, até vejo, mudou o adversário...
Uma das críticas do seleccionador antes do jogo, foi a que alguns jogadores não sentem a camisola, eu prefiro o estilo de Quique que chama os bois pelos nomes. Queiróz falou, mas não disse a quem se referia. Comparando convocatórias, dois nomes saltam à vista, Quim e Nuno Gomes. Será que Nuno Gomes não sente a camisola das quinas?!!! Podem ser feitas inúmeras críticas ao seu estilo, mas dizer que não sente as camisolas que representa, e ainda mais esta, é ridículo. Admito que o seleccionador não se referiu ao avançado, mas pela sua ausência da convocatória leva-me a pensar que está incluído no lote. Quanto a Quim, será por não jogar? Já lá vamos... Nani tem jogado? Orlando Sá tem jogado?
Outro dos ataques vai para o passado recente da seleccção, o tal fantasma continua a pairar, mesmo que não falem nele. Quando saiu há alguns anos, Queiroz dizia que havia muita porcaria para limpar na federação, agora fala em vacas sub-nutridas e falhas no ciclo natural que é a evolução dos jogadores pelas várias seleccções. Como exemplo, falou em Gonçalo Brandão ou Gonçalves, que para o seleccionador inexplicavelmente não seguiram para os AA. Bom, tenho de dizer que, por regra concordo com a teoria dos jogadores representarem as várias selecções até ao escalão principal. Mas se Queiroz é um defensor dessa mesma teoria, rejeitará por certo as presenças de Liédson ou Assunção, para já não falar na ideia surreal de trazer Fábio e Rafael para a selecção...
Não quero estar sempre a dizer mal, por isso tenho andado calado, mas quando começo a ouvir "bocas foleiras" ao período que antecedeu ao presente, fico um pouco irritado, e logo tenho de recordar que nesse período, como nunca antes, fizémos campanhas de qualificação sem recorrer à calculadora, nesse período, como nunca antes, tivémos nas fases finais com real e sustentada ambição de vencê-las, nesse período, como nunca antes, disputámos uma final! Nesse período, como nunca antes, os portugueses estiveram ao lado desta equipa, um conselho, não é com este discurso que se une novamente equipa e adeptos, pois ainda há muitos que gostam do fantasminha brincalhão, e ele até está no desemprego...

Sem comentários: