segunda-feira, 17 de janeiro de 2005
Martunis e a hipocrisia do costume
Foi com satisfação que recebi a notícia que uma criança indonésia sobreviveu 19 dias em condições muito precárias, vítima do Tsunami. Mais satisfeito ainda fiquei quando soube que o menino envergava uma camisola da nossa selecção, não que isso tenha grande relevância no caso em questão mas, como eu li hoje no record, ficar indiferente a isso seria tolice.
Como adepto de futebol que sou, fico sensibilizado cada vez que vejo uma criança num país distante envergar uma camisola Portuguesa, seja da selecção ou de algum clube, o futebol continua a ser um bom embaixador no estrangeiro, mesmo que não sirva de grande exemplo nas nossas fronteiras.
Naturalmente começaram as movimentações de solidariedade de quem se pode dar ao luxo de a dar em grande escala, a federação, o seleccionador e jogadores. Noutras condições só estaria aqui a louvar estas atitudes, infelizmente não o posso fazer pois a minha consciência não me permite. Nada tenho a apontar ao seleccionador nem aos jogadores, creio que, apesar de não ser sua obrigação, estes por terem condições de vida priviligiadas desempanham um importante papel em campanhas de solidariedade pelo que contribuem bem como o exemplo que dão para outros contribuírem.
Tenho no entanto mais uma vez de me insurgir contra a FPF, esta tão prestável instituição que prontamente se disponibilizou a oferecer uma casa à família da criança está mais uma vez a esquecer-se que, neste paraíso à beira mar plantado existe uma família que não precisa de solidariedade, precisa sim de receber o que é seu de direito, o montante que o tribunal fixou de indmenização para a FPF pagar à família do adepto do Sporting que faleceu em 1996, sim há 9 ANOS!!! na final da taça contra o Benfica.
Sr. Madaíl, solidariedade é um gesto muito digno e respeitável, o que vocês estão a fazer dá-me profundas náuseas, respeitem primeiro as pessoas, o que elas querem não é solidariedade para aparecer nos meios de comunicação social mas sim RESPEITO!
Espero que Martunis, bem como todos os que de alguma forma foram afectados pelo cataclisma do dia 26 possam continuar a viver, espero também que as ajudas internacionais contribuam para isso.
Abraço
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