Independentemente das infindáveis discussões sobre o escritor, eu adoro a forma dele escrever e os temas que aborda. Desta feita, como o título indica, passa essencialmente durante o ano de 1936, Ricardo Reis regressa a Portugal 16 anos depois de ter partido para o Brasil, logo após a morte de Fernando Pessoa, no final de 1935. Instala-se num Hotel de Lisboa e vai percebendo o que mudou no país no período de ausência.
Gostei muito dos surreais diálogos entre Ricardo Reis e Fernando Pessoa, do facto de Saramago ter dado 'vida' a um dos heterónimos, contando o resto da sua história e da forma como o autor vai pondo em cima da mesa os acontecimentos daquele importante ano, em Portugal e no resto da Europa. A ascensão e consolidação de ditaduras como as de Salazar, Franco ou Mussolini, o combate à ideologia Comunista por estes regimes, é uma boa lição histórica este livro. Para quem consegue ler Saramago e gosta de Pessoa, vale mesmo a pena. Quanto a mim, vou dedicar-me a conhecer melhor a sua obra para depois ler novamente este O Ano da Morte de Ricardo Reis e compreendê-la um pouco mais.
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