quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Nome de Código : Cloverfield

Uma festa de despedida é a justificação para que os acontecimentos deste filme fiquem gravados numa câmara "amadora", um grupo de jovens está a gravar um vídeo caseiro onde faz depoimentos para o amigo que vai partir para o Japão, quando de repente Manhattan começa basicamente, a ir pelos ares. O que provoca isto é algo que terão de ver o filme para perceberem.
Toda a acção é filmada no estilo de gravação amadora, sempre com a mesma câmara e consequentemente, o mesmo ângulo. Um pouco a lembrar Blair Witch, mas este até é engraçado... As ligações com o já referido projecto da senhora bruxa dos bosques não se ficam pela imagem, consta que, they say, este filme terá tido uma excelente estratégia de marketing que antes de se saber o que viria dali já fazia deste um filme muito esperado.
O que me parece mais relevante, é que, se algo assim acontecesse, seria muito natural que alguém filmasse desta forma, o que dá o realismo possível à trama, dentro nos exageros que podem verificar se visionarem este Cloverfield, e assim o filme ganha e muito com esta realização. Um aspecto negativo é que muitas vezes não percebemos bem o que aconteceu e temos de ficar pelas explicações dos actores, ou o facto de durante hora e picos estarmos perante um ecrã a tremer o que não ajuda muito, mas pessoalmente gostei da experiência.
Algo que é muito bem conseguido e já ia precavido quando ouvi a crítica de Nuno Markl, é a forma como eles enquadram uma história do passado no meio daquilo tudo. Ora, se estamos a assistir a uma gravação amadora, como poderia o realizador enfiar ali algo que acontecera antes, simples e eficaz, esta filmagem acontece por cima de uma que estava na cassete (se o conceito de cassete já estiver arredado das máquinas de filmar desculpem, mas eu nunca tive uma, se calhar era no cartão de memória ou coisa que lhe valha), e de cada vez que a gravação pára, surgem breves imagens da gravação original, o que é suficiente para percebermos o que aconteceu.
Gostei, é uma forma diferente de filmar Nova Iorque a ir pelos ares e tem tudo para vir carregado de sequelas pois qualquer gravação de telemóvel das pessoas que andavam por lá ou outras gravações amadoras servem para mostrar o que aconteceu de outra perspectiva.

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